15/04/2024 - Olhar Digital
A chinesa Ankai, que tem tradição em outros países, será representada aqui pelo Grupo SHC, que já vende modelos da JAC Motors.
Por Bob Furuya, editado por Bruno Ignacio de Lima
Imagem Divulgação/Ankai
Quem mora em São Paulo e andou pelo centro da cidade já deve ter visto os trólebus. São aqueles ônibus elétricos que funcionam a partir de um cabo que se conecta a uma rede aérea de fios.
Eu, desde criança, acho esse modelo o máximo, mas reconheço as suas falhas. Apesar de zero emissão de poluentes, o trólebus tem um alcance limitado aos locais onde existam cabos e sempre atrasa a vida das pessoas quando a estrutura da parte de trás solta.
Quem acompanha o Olhar Digital sabe dos avanços tecnológicos no campo dos veículos. Principalmente dos elétricos. Hoje, muitas empresas não trabalham mais com trólebus e sim com ônibus movidos a bateria. Você diminui os problemas do primo mais velho e mantém as emissões zeradas. Para muitos especialistas, esse deve ser o futuro do transporte urbano.
Uma das maiores cidades do mundo, a capital paulista acaba de receber uma nova marca de ônibus elétricos nesse padrão. A chinesa Ankai, que tem tradição em outros países, será representada aqui pelo Grupo SHC, que já vende modelos da JAC Motors no Brasil.
Conheça os modelosA Ankai apresentou uma linha de ônibus elétricos durante um evento em São Paulo, na semana passada.
A companhia vai trazer 4 modelos diferentes para o país: um de 6 metros (micro), outro de 8, de 10 e o ônibus tamanho padrão, de 12 metros.
Todos os veículos possuem piso baixo ou alto, adaptando-se às diferentes realidades das cidades brasileiras. Imagem Divulgação
A autonomia dos ônibus varia entre 250 km e 350 km, de acordo com o pacote de baterias aplicado.
Todos os modelos estão na fase final de homologação da São Paulo Transportes (SPTrans).
Mas a ideia é que a marca opere em todo o país – para isso, já negocia com outras prefeituras.
Uma vantagem dos veículos da Ankai é que são todos monoblocos, ou seja, são mais leves que os da concorrência.
Para efeito de comparação, o modelo OE-12, por exemplo, é 2 toneladas mais leve em relação aos elétricos equivalentes à venda no mercado.
Outro diferencial é que os ônibus possuem o ADAS, um sistema que detecta a presença de pedestres ou veículos menores que estiverem na frente do ônibus.
Outros recursos presentes são o indicador do limite de velocidade e o detector de mudança de faixa.
No quesito conforto, os modelos contam com ar-condicionado e carregadores USB duplos, além de uma suspensão pneumática para facilitar a acessibilidade.
Sobre o preço, a versão 12 metros Padron custa R$ 2,4 milhões, cerca de R$ 600 mil mais barato que modelos parecidos do mercado.
Frota de elétricos em São Paulo
Segundo informações da própria prefeitura, a cidade de São Paulo possui hoje uma frota com 270 veículos elétricos em circulação. Desse total, 201 são trólebus e outros 69 são movidos a bateria.
A última leva de veículos chegou em setembro do ano passado: foram 50 novos ônibus. Os modelos pertencem às empresas Transwolff, Transpass, Ambiental e Campo Belo.
A região mais atendida por essa tecnologia é o Centro. Também é possível ver esses veículos circulando pelas Zonas Sul, Leste e Oeste.
Os modelos são fabricados pela Eletra com carroceria Caio e tração elétrica WEG, além de veículos com chassis Mercedes Benz e Scania, fabricados no Brasil.
Cada veículo movido a tração elétrica deixa de emitir anualmente, em média: 0,24 toneladas de NOx (óxidos de nitrogênio); 0,002 toneladas de MP (material particulado); e 106 toneladas de CO2 (dióxido de carbono).
A meta do município é chegar a 20% da frota de ônibus movidos a energia sustentável até o fim de 2024. Se isso acontecer, serão 2.400 veículos do tipo em circulação, o que vai levar São Paulo ao posto de cidade com a maior frota de ônibus elétricos da América Latina.
O país do mundo que tem mais eletrificação do transporte público, hoje, é a China.
As informações são do Inside EVs.