12/12/2023 - Urbs Prefeitura Municipal de Curitiba
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Foto Rodrigo Fonseca/CMC
O presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, detalhou, na manhã desta terça-feira (12/12), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), o projeto de lei que permitirá a compra dos primeiros 70 ônibus elétricos do transporte coletivo.
A proposta, encaminhada na última sexta-feira (8/12) à casa legislativa, prevê investimento de R$ 317 milhões nos veículos, que serão adquiridos pelas empresas com subsídio da Prefeitura, de acordo com o atual contrato de concessão, mas que retornarão ao município em 2025, quando se encerra o convênio com as concessionárias.
Durante a sessão, foi aprovado o requerimento de urgência para a votação à pedido da base da Prefeitura na CMC, liderada pelo vereador Tico Kuzma.
"Desde 2018 estamos trabalhando no projeto de introdução de veículos elétricos no transporte coletivo, com vários workshops, pesquisa de mercado, mapeamento do setor, estudos, chamamento público de testes com ônibus elétricos. Este é um momento muito importante, porque marca mais um passo de Curitiba rumo à eletromobilidade, com a apresentação do projeto de lei que permitirá a aquisição dos primeiros 70 ônibus", disse o presidente da Urbs, que fez uma apresentação dos resultados dos testes com os ônibus elétricos realizados em 2023 e um compratativo de custo ao longo dos anos entre os veículos a diesel e energia.
De acordo com estudo da Urbs, os ônibus elétricos têm um custo, ao longo dos anos, inferior ao dos movidos a diesel. Ao longo de 16 anos, a aquisição dos 70 ônibus elétricos representará uma economia de custos da ordem de R$ 147 milhões em relação à compra dos mesmos 70 ônibus, mas a diesel.
"O preço de entrada do veículo elétrico é mais caro, mas ao longo da vida útil, incluindo os custos de troca de bateria, o veículo movido a energia é mais barato que o movido a combustão. Ou seja, estamos comprando por R$ 317 milhões, mas teremos uma economia, ao longo da vida útil, de R$ 147 milhões", mostrou o presidente da Urbs. "Isso sem contar, é lógico, o benefício ao meio ambiente. Sem emissões, silencioso e mais confortável, o ônibus elétrico traz um avanço tecnológico muito grande para o transporte coletivo", acrescentou.
A descarbonização da frota está alinhada ao objetivo de tornar a cidade mais sustentável ambientalmente, dentro do Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima), que traduz o empenho em consolidar uma política climática com ações transformadoras e inclusivas por uma cidade neutra em emissões e resiliente ao clima até 2050, de acordo com os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A meta é que 33% da frota de ônibus da cidade seja zero emissões até 2030, percentual que deve evoluir para 100% até 2050. A eletromobilidade é um dos pilares do novo contrato de concessão do transporte coletivo, que subsituirá o atual, a partir de 2025.
O que diz o projeto
Para possibilitar a aquisição dos veículos elétricos antes da nova concessão, a proposta da Prefeitura acrescenta três artigos à lei número 12.597 de 17 de janeiro de 2008, que regula o atual contrato do transporte coletivo, que se encerra em agosto de 2025.
“O projeto de lei é necessário para permitir o subsídio e assegurar o retorno imediato da frota de ônibus elétricos para a Prefeitura, com o fim do atual contrato de concessão, e também para evitar que a aquisição de elétricos tenha impacto no valor da tarifa. Mesmo com a compra dos ônibus elétricos, não haverá reajuste da tarifa em 2024”, disse Maia Neto.
Custos
Os primeiros ônibus elétricos devem começar a rodar no transporte coletivo até junho de 2024, nas linhas Interbairros II e Ligeirinhos. Segundo o presidente da Urbs, o valor de R$ 317 milhões será utilizado para a compra de ônibus tipo padron e articulado. “Inicialmente prevíamos apenas a compra de veículos padron, de 12,8 metros. Mas como os ônibus vão circular também na linha Interbairros II houve a necessidade de elevar o investimento para R$ 317 milhões”, explica. "Também influenciaram neste valor o fato de os veículos serem ano 2024, os custos de transporte destes ônibus e a diferença de ICMS entre o Paraná e outros estados".
Pelo cronograma, o planejamento é fazer a aquisição dos 70 ônibus em cinco lotes: 16 ônibus modelo padron piso alto em abril, 20 padron piso alto em maio, 14 articulados de piso alto em junho, 14 articulados de piso alto em julho e 6 padron piso baixo em agosto. "É uma oportunidade para que possamos testar estes ônibus na prática já com vistas ao novo edital de concessão do transporte coletivo, em 2025", acrescenta Maia Neto.
Pela proposta encaminhada à CMC, a Prefeitura, por meio da Urbs, subsidiará a compra dos ônibus e a infra-estrutura de recarga reutilizável (carregadores elétricos), que serão revertidos ao FUC (Fundo de Urbanização de Curitiba) ao fim do contrato de concessão. A subvenção será feita por meio de conta em instituição financeira que poderá ser acessada pelas empresas exclusivamente para a aquisição dos ônibus.
Dessa maneira, não serão pagas às empresas nem a amortização de capital e nem a rentabilidade sobre os ônibus elétricos. Um termo aditivo, celebrado entre as empresas e a Urbs, vai estabelecer o percentual de remuneração pela prestação do serviço e a taxa de utilização da área de garagem.
Testes
A compra dos 70 ônibus levará em conta os testes com ônibus elétricos promovidos pela Urbs entre abril e novembro deste ano.
Curitiba foi a primeira cidade do país a fazer testes estruturados de ônibus elétricos. Foram avaliados sete veículos de quatro fabricantes: BYD, Volvo, Eletra e Marcopolo. Nos testes, realizados nas linhas Interbairros II e Inter 2, foram avaliados desempenho operacional, trafegabilidade, autonomia de bateria, acessibilidade, conforto, desgaste e consumo de energia, dentre outros.
Confira aqui o resultado dos testes técnicos.