Companhia Carris Porto-Alegrense
1963 - 1969
Histórico
Em junho de 1953, o prefeito Ildo Meneghetti apresenta o plano de aquisição de 120 trólebus para substituir parcialmente a rede de bondes existente.
No dia 2 de julho de 1954, o Prefeito Ildo Meneguetti envia à Câmara dos Vereadores o Projeto desenvolvido pela Companhia Carris Pôrto Alegrense, assessorado por técnicos da Diretoria Estadual de Trânsito e renomados especialistas da matéria, para solução definitiva dos problemas de transporte na capital. O plano preconizava o prolongamento das linhas de bondes e a substituição gradativa dos ônibus com motor de combustão por trólebus.
No dia 18 de setembro de 1954, a Companhia Carris Porto-Alegrense abre as propostas da concorrência internacional para o fornecimento de 100 trólebus e 10 subestações retificadoras. Apesar da escolhas das empresas vencedoras, as compras não foram efetuadas. As propostas para implantação de 65 Km de rede aérea foram abertas no dia 9 de novembro de 1954, também não tendo prosseguimento.
Em 1956, o Prefeito Leonel Brizola, em entrevista ao Jornal do Dia, explanando sobre a execução do Plano de Obras do Município, considerava que os bondes eram insuficientes e ultrapassados e que deveriam ser substituídos por trólebus, veículos mais rápidos, mais móveis, mais adaptados às condições físicas da cidade.
Em 1957, é aberta concorrência para implantação do primeiro trecho de rede bifilar, sobre o itinerário da linha de bonde Duque de Caxias. O primeiro poste foi instalado no dia 2 de fevereiro de 1958, na esquina das ruas Duque de Caxias e General Bento Martins. A instalação do posteamento para implantação das linhas Gasômetro, Duque de Caxias, Menino Deus e Moinhos de Vento, é concluída em março de 1959. No dia 16 de março, é iniciada a instalação da rede aérea da linha do Gasômetro, a primeira que deveria entrar em serviço.
Em janeiro de 1958, aproveitando estudos e concorrência já realizada, o governador do Estado Leonel Brizola viaja aos Estados Unidos para tratar da compra de 100 trólebus da firma Marmon Herrington. Apesar do interesse, a compra nunca foi realizada. O plano para os 100 carros previa ainda a implantação de 76 Km de rede aérea e 10 subestações retificadoras.
Em 28 de fevereiro de 1958, a Carris recebe as propostas da concorrência aberta para o fornecimento de 200 trólebus da indústria nacional. Duas empresas paulistas apresentam propostas, a Villares S.A. e Massari S.A. Indústria de Viaturas.
A aquisição de 200 trólebus nacionais, junto com as tratativas, já iniciadas, de compra de 100 trólebus Marmon Herrington, complementava o plano de aquisição de 300 trólebus para a substituição paulatina da frota de bondes por trólebus.
Em março de 1960, uma comissão nomeada pelo Prefeito Loureiro da Silva para estudar a conveniência da implantação dos ônibus elétricos em Porto Alegre, aprova a sua instalação.
Novo edital de concorrência para aquisição dos trólebus
Diário de Notícias, 13/09/1961, p.7
Em 10 de outubro de 1963, a firma Massari foi declarada vencedora da concorrência pública para o fornecimento de 5 trólebus à Companhia Carris. A empresa fornecerá 5 trólebus modelo TTPB de 10,665 metros de comprimento e capacidade para 80 passageiros.
No dia 16 de outubro de 1963, a Companhia Carris Porto-Alegrense firma convênio com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, para o fornecimento dos 5 primeiros trólebus Massari. No dia 24 de outubro de 1963, finalmente, o Governo do Estado pagou a primeira quota à firma Massari para o fornecimento dos 5 primeiros veículos.
Em 2 de dezembro de 1963, a Companhia Carris Porto-Alegrense recebe o primeiro trólebus Massari, de uma encomenda de 5 unidades. O segundo veículo foi entregue no mesmo mês. Em fevereiro de 1964, a Carris contava com 3 trólebus. Os dois últimos veículos foram entregues no dia 24 de julho de 1964, completando o primeiro lote de 5 unidades.
Inauguração
Em 16 de dezembro de 1963, é inaugurada a primeira linha de trólebus de Porto Alegre, para o Menino Deus, com 9,6 Km de rede bifilar e frota de 2 veículos Massari / Villares de fabricação nacional, cada um com capacidade para 110 passageiros, sendo 43 sentados. A linha tinha tarifa de 15 cruzeiros.
Em 13 de junho de 1964, a tarifa da linha de trólebus do Menino Deus, operada com 3 veículos, foi reajustada de 20 para 35 cruzeiros.
No dia 27 de julho de 1964, a linha do Menino Deus recebe dois veículos marca Massari, totalizando 5 trólebus em operação.
Em 29 de outubro de 1964, a linha de ônibus elétrico do Menino Deus transporta 7.443 passageiros.
Trólebus Massari com carroceria Caio Bossa Nova
Em agosto de 1966, o ponto final da linha do Menino Deus no centro foi transferido do Mercado para a Avenida Borges de Medeiros, em frente a loja Guaspari, duplicando a receita da linha.
Em 10 de outubro de 1966, a linha de ônibus elétrico do Menino Deus era operada com 7 veículos.
Diário de Notícias, 15/10/1966, p.5
Em toda sua história a Carris só operou duas linhas de trólebus, para o Menino Deus e Gasômetro, que transportavam diariamente, respectivamente, 900 e 400 passageiros.
Em 24 de novembro de 1968, o ponto final da linha do Menino Deus foi transferido da Avenida Senador Salgado Filho para a rua Doutor Flores, esquina com rua Riachuelo.
Em maio de 1969, circula o último trólebus em Porto Alegre. O sistema contava então com frota de 9 trólebus. Cinco veículos são vendidos para o sistema de Araraquara e 4 são transformados em sucata.
Em maio de 1969, circula o último trólebus em Porto Alegre. O sistema contava então com frota de 9 trólebus. Cinco veículos são vendidos para o sistema de Araraquara e 4 são transformados em sucata.
Extensão máxima da rede bifilar: 13,2 Km
Frota Máxima: 9
Mapa no Google Maps
Frota Máxima: 9
Mapa da rede de trólebus de Porto Alegre
Clique na imagem para ampliar
REFERÊNCIAS:
A Prefeitura tem em vista uma nova frota de ônibus . Jornal do Dia. Porto Alegre. 24 junho 1953. p.8.
Realizável sob aspecto técnico e financeiro o plano de solução do problema de transporte coletivo. Diário de Notícias. Porto Alegre. 04 julho 1954. p.11.
Teremos troleibus em Porto Alegre. Jornal do Dia. Porto Alegre. 19 setembro 1954. p.3.
800 milhões de cruzeiros para o problema do transporte coletivo. Jornal do Dia. Porto Alegre. 18 agosto 1956. p.2.
Acontecimento de alta significação a assinatura do contrato dos trolley-bus. Diário de Notícias. Porto Alegre. 26 julho 1957. p.14.
Brizola vai aos Estados Unidos tratar da importação dos trolley-bus. Diário de Notícias. Porto Alegre. 24 agosto 1957. p.7.
Hoje a colocação do primeiro poste para o trolley. Jornal do Dia. Porto Alegre. 01 fevereiro 1958. p.3.
Aquisição dos 200 trólebus da indústria nacional . Jornal do Dia. Porto Alegre. 04 março 1958. p.3.
Troleibus para Porto Alegre. Diário de Notícias. Porto Alegre. 22 março 1959. p.10.
Comissão deliberou por unanimidade que os trólebus são necessários. Diário de Notícias. Porto Alegre. 29 março 1960. p.1.
Aprovada ontem a proposta para aquisição de trólebus. Diário de Notícias. Porto Alegre. 11 outubro 1963. p.7.
Troley: Carris firma convênio com o Estado. Jornal do Dia. Porto Alegre. 17 outubro 1963. p.1.
Trolley-bus: paga a primeira quota e virão dois brevemente. Diário de Notícias. Porto Alegre. 25 outubro 1963. p.5.
Chega no dia 2 o primeiro ônibus elétrico para Porto Alegre. Diário de Notícias. Porto Alegre. 28 novembro 1963. p.5.
Inaugurada ontem a primeira linha dos ônibus elétricos por LS. Diário de Notícias. Porto Alegre. 17 dezembro 1963. p.7.
Carris quer adquirir mais ônibus elétricos: São Paulo. Diário de Notícias. Porto Alegre. 28 julho 1964. p.7
Trolley-bus: firmas nacionais declaram-se sem condições de concorrer com estrangeiras. Jornal do Dia. Porto Alegre. 15 fevereiro 1964. p.7.
Inaugurada ontem a primeira linha dos ônibus elétricos por LS. Diário de Notícias. Porto Alegre. 17 dezembro 1963. p.7.
Carris quer adquirir mais ônibus elétricos: São Paulo. Diário de Notícias. Porto Alegre. 28 julho 1964. p.7
Trolley-bus: firmas nacionais declaram-se sem condições de concorrer com estrangeiras. Jornal do Dia. Porto Alegre. 15 fevereiro 1964. p.7.
Censo na Carris revelou diferença entre os dados. Diário de Notícias. Porto Alegre. 24 novembro 1964. p.7.
Carris compra mais 4 troleis: SP. Diário de Notícias. Porto Alegre. 07 maio 1966. p.7.
Estreita demais. Diário de Notícias. Porto Alegre. 20 julho 1968. p.8.