Araraquara


Companhia Trólebus Araraquara (CTA)
1959 - 2000

Histórico

O plano de implantação de ônibus elétricos na cidade partiu do prefeito Rômulo Lupo, após sua viagem a Italia. No dia 18 de março de 1958, é publicado o edital da Concorrência pública para instalação dos trólebus  na cidade.

Em novembro de 1958, a Prefeitura firma contrato com a empresa Villares de São Paulo, para o fornecimento dos 4 primeiros trólebus. Os veículos, fabricados no Brasil, tinham índice de nacionalização de 85%, sendo importados somente os eixos e mecanismos de direção. 

Em função da falta de recursos da Prefeitura, os 4 primeiros trólebus foram comprados com recursos do próprio Sr. Rômulo Lupo, que também se tornou o primeiro presidente da Companhia Trólebus Araraquara (CTA). 

Araraquara foi a primeira cidade do interior e quarta cidade do país a dispor de trólebus, depois das cidades de São Paulo (1949), Belo Horizonte (1953) e Niterói (1953). Também foi a única cidade do Brasil a ter somente ônibus elétricos no sistema de transporte coletivo urbano.

O sistema trólebus é oficialmente inaugurado no dia 7 de junho de 1959. Inicialmente são abertas ao tráfego as linhas Vila Xavier - Carmo e Fonte - Estação.

Em 1961, é inaugurada a terceira linha para São Geraldo, com 2,1 Km de nova rede bifilar. A potência da subestação nº 1 é duplicada para 840 Kw.


Avenida Brasil, em frente à estação da Companhia Paulista em 1961, com dois trólebus da CTA.


Em 1962, a linha Estação - São Geraldo é prolongada até o bairro de São José, com 4,1 Km de nova rede bifilar. 


Em 1963, é entregue o prolongamento de 1,6 Km de rede bifilar até a Vila Xavier.

Em 1966, são adquiridos 4 novos trólebus. Em 1967, as Oficinas ganham 515 m² de área coberta.

Em 1968, é entregue o prolongamento de 2,3 Km de rede bifilar até a Vila Velosa. A Linha Estação - Fonte é transformada na Linha Estação - Vila Velosa.

Em 1969, são adquiridos 3 trólebus.


Em 1970, é entregue o prolongamento de 3 Km de rede bifilar até o bairro de Santana, com a inauguração da Linha Vila Xavier - Santana. No mesmo ano é adquirido um trólebus. 

Em 1971, 
com 2,6 km de nova rede bifilar, a Linha Santana - Vila Xavier é prolongada até a Nestlé, ganhando a vista Santana - Nestlé. No mesmo ano entra em operação a subestação nº 2, com 840 Kw de potência.

Em 1972, a rede é prolongada até os Altos da Vila Xavier, com 6,8 Km de rede bifilar. São criadas duas novas linhas: Fontes - Alto da Vila Xavier (circuitos externo e interno). A Linha Santana - Nestlé é transformada na Linha Santana - Vila Xavier. A Linha Santana - Vila Velosa é desativada.

Em 1973, a Companhia de Trólebus de Araraquara (CTA) adquire 5 trólebus. É entregue a subestação nº 3 (São José) com 840 Kw de potência. A garagem é ampliada, ganhando mais 7.652 m² de terreno. Em 1980, a garagem é novamente ampliada, ganhando 7.192 m² de terreno.

Em 1974, a rede de trólebus é prolongada até o bairro de Santa Angelina, com 4,0 km de rede bifilar. A Linha São José - São Geraldo é transformada na Linha São José - Santa Angelina. A CTA fabrica 2 trólebus. A cobertura da Oficina é ampliada em 483 m² e é construído o Almoxarifado, com 440 m². 

Em 1975, a rede de trólebus é estendida até o Campus Universitário, com 4,8 km de rede bifilar, e para o Melhado, com 3,5 km. A Linha Carmo - Vila Xavier é transformada na Linha Campus - Vila Xavier, e a Linha Fonte - Estação é transformada na Linha Fonte - Melhado. Neste mesmo ano a CTA fabrica mais um trólebus. No final de 1976 a CTA contava com frota de 25 trólebus.

Em 1977, são implantados 300 metros de rede bifilar na avenida 7 de Setembro, entre as ruas Antonio Prado e 9 de Julho. A rua 9 de julho ganha sentido único. Com as modificações, o traçado da Linha São José - Santa Angelina é alterado.

Em 1977, a CTA adquire 5 trólebus de marca Caio-Villares, sobre plataforma Massari. O primeiro veículo, com custo de Cr$ 1,3 milhão, é entregue em fevereiro de 1977, sendo o primeiro trólebus fabricado no Brasil nos últimos catorze anos.

Em 1978, rede é prolongada até o bairro do Pinheirinho, com 8 km de rede bifilar. A Linha Santana - Vila Xavier é transformada na Santana - Pinheirinho. 

No dia 29 de dezembro de 1978, a Lei Municipal nº 2431  autoriza o Município a estabelecer convênio com o Governo Federal para o desenvolvimento do Programa de Revitalização do Sistema Trólebus. Em março de 1980, a Empresa Brasileira de Trasportes Urbanos (EBTU) abre concorrência para a aquisição de 10 trólebus.

Em 1980, a rede é estendida até a nova Rodoviária, com 2,3 km de rede bifilar. É criada a Linha Rodoviária - Santa Cruz. A Rodoviária, no entanto, só é inaugurada no ano seguinte. 

Em setembro de 1980, foi entregue o primeiro trólebus da série Marcopolo-Villares, com equipamentos elétricos Ansaldo/Inepar. 


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Em setembro de 1981, é entregue o trólebus de prefixo 39, protótipo da série Marcopolo-Villares, com comando por chopper. No mesmo ano são entregues mais 8 veículos da mesma série.

Em dezembro de 1981, a rede de trólebus é prolongada até o Conjunto Cecap, com 10 km de rede bifilar. É criada a linha Cecap - Santa Cruz.

Em setembro de 1982, o sistema de trólebus contava com 39 carros, sendo 10 novos e 29 usados, 81,6 km de rede bifilar  e 5 linhas operacionais, transportando mensalmente cerca de 1,26 milhão de passageiros. Em outubro de 1982 foi entregue o último carro da encomenda de 10 trólebus da série Marcopolo-Inepar-Ansaldo.

Em 1982, são entregues as subestações nº 4 (Santana) e nº 5 (Cecap), ambas com potência de 420 Kw. No pátio da garagem são implantados 2,6 Km de rede bifilar. No ano seguinte é entregue a subestação nº 6 (Santa Angelina) com 400 Kw de potência.

Em outubro de 1982, entra em operação, em testes,  um trólebus protótipo desenvolvido pela Brow Bovieri.


Trólebus da série Marcopolo Ansaldo Inepar/ Scania BR-116 entregues entre 1981 e 1982


Em 1983, a rede é prolongada até o Jardim Universal , com 4 km de rede bifilar, e Jardim Dom Pedro I, com 1,6 km. É criada a Linha Jardim Universal - Santa Cruz. A Linha São José - Santa Angelina é prolongada até o bairro Dom Pedro I. No mesmo ano as linhas Cecap - Santa Cruz e Jardim Universal - Santa Cruz são transformadas na linha Cecap - Jardim Universal.

Em 1983, a área coberta da oficina é ampliada em 515 m²  e é construído o prédio do refeitório e vestiário, com 174 m².

Em 1984, a rede é prolongada até o Jardim Santa Lúcia, com 2,1 km de rede bifilar, e Jardim Imperador, com 2,6 km.  A Linha São José - Santa Angelina é prolongada até o bairro Jardins Santa Lúcia, e a Linha Centro - Rodoviária é transformada  na Linha Rodoviária - Jardim Imperador. 

Em 1984, são construídos dois terminais de integração trólebus-ônibus, o primeiro, o Terminal Fiat fazendo a integração da linha de trólebus Cecap - Jardim Universal com a linha de ônibus diesel Terminal Fiat - Yolanda Opice, e o segundo, o Terminal Uirapuru, fazendo a integração da linha de trólebus Rodoviária - Jardim Imperador com a linha de ônibus diesel Terminal Uirapuru - Selmi Dei.

Em janeiro de 1985, é inaugurado, em regime de experiência, a integração trólebus-ônibus diesel, atendendo o núcleo residencial  Yolanda Opice. Em março, é inaugurada a integração trólebus-ônibus para os moradores do Jardim Roberto Selmi-Dei. Somente em junho o sistema de integração trólebus-ônibus é inaugurado oficialmente, atendendo os bairros mais distantes com linhas de ônibus a diesel, encerrando 27 anos de operação exclusiva por trólebus em Araraquara.

Em junho de 1985, o sistema de trólebus contava com 39 carros, 112 km de rede bifilar e 9 linhas em operação. 

Em 1985, começam a surgir dificuldades de ampliação e manutenção da rede, em função ao aumento do custo da energia.



Entre 1985 e 1987, são entregues 3 trólebus Cobrasma utilizando plataforma Massari, sendo um com equipamentos eletrônicos Brown Boveri e dois com equipamentos Villares.




Em agosto de 1993, são desativadas 3 linhas de trólebus: Imperador-Melhado, Campus-Vila Xavier, e São José-Santa Angelina. Em dezembro de 1993 é desativada a linha Rodoviária-Centro.

Em fevereiro de 1995, o sistema só contava com 3  linhas em operação:

- Fonte/Circular-Altos da Vila Xavier (interno e externo), com 6 trólebus
- Santana-Pinheirinho, 5 trólebus
- Cecap- Universal, 4 trólebus, extinta no mesmo ano.

O sistema em 1995:

Número de Linhas: 3
Extensão da Rede Bifilar: 87 Km, sendo 49 Km desativadas
Frota Patrimonial: 44 trólebus
Subestações: 3
Potência instalada: 2.840 Kw
Potência desativada: 2.520 Kw
Participação no transporte público: 18,5%
População de Araraquara: 200 mil habitantes

Em 1997, o sistema contava com 87 km de rede bifilar, 3 linhas e frota de 44 carros, transportando 3.548.968 passageiros.

Últimas linhas de Trólebus:

Pinheirinho - Santana
Vila Xavier - Campus
Melhado - Imperador
São José - Santa Angelina
Fonte - Altos da Vila
Jardim das Estações - Fonte
Universal - Cecap
Rodoviária - Integração

Informações em PDF


Rede em 1997. Anuário ANTP dos Transportes Urbanos 1997


Extensão da Rede Instalada (Km)

1993       118
1994       118
1995        87
1996        87

Passageiros Transportados

1989       19.154.835
1990       17.033.717
1991       14.220.868
1992       12.920.110
1993       11.360.043
1994         6.067.380
1995         4.177.783
1996         3.548.969

Frota Patrimonial

1993       46
1994       44
1995       44
1996       44

Frota em Operação

1993       29
1994       17
1995       12
1996       12

Linhas em Operação

1993       7
1994       4
1995       3
1996       3

Extensão máxima da rede bifilar: 118 Km
Frota máxima: 46, todos fabricados no Brasil


Mapas

Rede Bifilar (1959-1985) Download para salvar, com visualização no Google Earth

Rede Bifilar (1959-1985) Visualização no Google Maps


REFERÊNCIAS:

Troleibus em Araraquara. Diário de Noticias. São Paulo. 19 novembro 1958. p.6 segunda seção.

Araraquara com troleibus. Diário de Notícias. São Paulo. 09 junho 1959. p.5.

Tróleibus nacional já circula. Luta Democrática. Rio de Janeiro. 20 junho 1977. p.11.

Villares fornecerá 5 ônibus elétricos para Araraquara. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 04 fevereiro 1977. p.1 segundo caderno.

Ônibus elétricos. Jornal do Commercio. 13 julho 1977. p.1 segundo caderno.

É hora de reivindicar trólebus. Transporte Moderno. Outubro 1982. p.6.

Anuário ANTP dos Transportes Urbanos. Associação Nacional de Transportes Públicos. São Paulo. 1997. p.188.